Eu olhava para aquela garota e via a tristeza em seu olhar.
Cheguei a me questionar o porquê, mas a coragem não me levava a ela
Cheguei a chorar vendo o seu sofrimento, mas continuei distante
Pensei que estava sentindo dor, mas ela não estava machucada
Não fisicamente.
No dia seguinte, avistei a mesma garota
Parecia estar falando sozinha
“Eu não sei mais o que fazer, quero dar um fim”
Do que ela estava falando?
Queria muito eu saber, mas a coragem mais uma vez não me vinha
Cheguei mais perto
Me assustei, pois ela não era a mais bela
“A garota mal amada, a garota feia, a garota que sofre e que ninguém se importa”
Refleti...
Olhei ao meu redor...
Percebi...
E me condenei.
Olha onde viemos parar!
Julgar pessoas inocentes pela aparência
Julgar pessoas boas pela parte física
Não conhecer suas partes psicológicas e julgá-las
Somente julgá-las por diversão
Julgá-las para nos sentir superior
Mas o que realmente é ser belo?
O que é ser fisicamente perfeito?
O que é ser o melhor?
O que isso nos traz de bom?
O que ganhamos com tudo isso?
A beleza é a felicidade?
A humilhação é prazer?
A tristeza é sempre dolorosa?
Os pensamentos são vazios?
Esses seres humanos têm capacidade de pensar?
Eu tenho a capacidade de conhecê-la melhor?
Eu tenho a capacidade de não julgá-la somente pela aparência?
Você tem a paciência de me ouvir?
Você tem o interesse em me conhecer?
Você conhece os seus limites?
Você gostaria que fizessem esse tipo de brincadeira com você?
Você gostaria de estar no lugar dessa garota?
Você gostaria de ser julgado por alguém que não te conhece?
Pare...
Pense...
Reflita...
E conclua...
Ninguém é perfeito demais para ter a audácia de apontar os defeitos do próximo!
Pensem nisso!
Ingrid Raina
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