Hoje eu acordei tarde. Olhei para um lado e não tinha ninguém. Olhei para o outro e me deparei com a parede. Eu estava sozinha naquele lugar sombrio. Logo vieram os pensamentos para me atormentarem.
“Por que você quer deixá-lo?”, eles perguntavam. A resposta não era fácil. Não era fácil de explicar, mas era fácil de sentir. E o que eu estava sentindo era dor.
“Me deixem!”, gritei como se eu pudesse obrigar meus pensamentos a se calarem. Espere... Eu podia. Podia, não? Não. Eles são mais fortes do que eu. Meus sentimentos são mais fortes do que eu. A emoção vencendo a razão.
Como diz a música da Stacie Orrico, “Meu coração é como uma criança e minha mente é a sua mãe, eu tento lhe dizer o que é certo, mas o coração nem liga, ele grita e briga” (Tantrum). Uma criança rebelde que não obedece a mãe.
“Você já se perguntou o que está acontecendo?”, ele só sabia me fazer perguntar difíceis, mas essa não precisou de pensar muito na resposta. “Eu sei muito bem o que está acontecendo! Ele me abandonou!”. “Mas qual o motivo?”, ele não parava.
“Is it me? Am I so complicated? … And it’s the only question that I never asked.”, comecei a cantar outra música da Stacie Orrico. (Será eu? Eu sou tão complicada? E essa é a única pergunta que eu nunca me fiz / “Is it me”).
Esses dias eu estou ouvindo muitas músicas da Stacie. Me identifiquei com elas e me passam emoções e mensagens. Me fazem pensar em coisas que nunca questionei. Me mostram que eu não sou a única.
Às vezes falamos que estamos só, mas nunca estamos. Ou estamos no pensamento de alguém, ou com os nossos pensamentos, ou estamos juntos com todos aqueles que também acham que estão só.
Eu estou com você. E você? Está comigo?
Ingrid Raina