E foi assim. Dia normal de escola. Eu já estava muito confusa. Tinha conversado com todos que conheço, mas eu insistia em não acreditar. Não pode ser! Como eu sou capaz de uma burrice dessas. Eu tenho mais é que ser infeliz mesmo. Já não bastava todas as confusões que estavam acontecendo na minha vida e agora essa.
Continuando... Dia normal coisa nenhuma, era um dia revoltante, parecia que todas as nuvens tinham fugido do céu, a escola tava um tédio e você só me fazia me irritar mais. Calma e respira, era só o que eu me dizia, isso não está acontecendo.
É complicado, porque eu gosto muito de você, mas não pensava que esse amor ia acabar assim! Eu só queria amizade, mas o coração se revoltou. Idiota. Eu sou mestre em fazer burrada mesmo, em sempre escolher o errado, só pode!
No dia seguinte, estávamos com nossas brincadeiras idiotas de sempre e ele me deu um beijinho na bochecha. Me irritei mais ainda, eu já não queria sentir isso e ele ainda me provocava, pois é, eu gostei. E foi aí que eu tive a certeza que estava apaixonada. E pelo meu melhor amigo. Idiota! Isso não se faz. Eu me condenava, não aceitava. Como isso é possível? Justo ele! Eu só posso estar ficando louca.
Brincadeiras e brincadeiras, até o momento que ficamos próximos, até demais. Um olhou para o outro, sérios. Mas eu disfarcei e sorri. É, eu não consigo aceitar. Eu virei o rosto, mas ele continuava me olhando. “Para seu besta, tá me deixando sem graça” e danava a rir. Ele não parou, então eu também o encarei. O fato é que, eu não conseguia, porque me dava uma vontade louca de beijá-lo, mas eu não podia. “Parar com o que?” ele falava como se não estivesse fazendo nada. Dei um tapa no braço dele e ele me deu outra bitoca. É, ele me deixou com cara de boba e acho que já estava na cara que eu queria ele como nunca quis.
Dias passavam e eu não conseguia mais me segurar, era como uma bomba dentro de mim prestes a explodir.
Eu tava muito triste naquele dia. E ele percebeu. “O que você tem?” “Nada, só estou cansada”. E, mais uma vez, o infeliz não parava de encarar. “Você quer parar com isso? Qual a graça de ficar me olhando?” minha paciência tinha passado dos limites. Ele não falou nada, mas se aproximou mais e mais. E eu me afastava, com medo. Medo de fazer aquilo e depois acabar tudo como nas outras vezes. Ele segurou minha mão e continuou vindo, não tinha mais como eu me afastar e eu também nem queria. Ele veio e sussurrou em meu ouvido: “Eu te encaro porque eu te amo, sua besta”. E assim ele me beijou. Foi muito perfeito.
-Ah, que barulho é esse?
Acordei com o barulho do despertador, pois é, mais um sonho meu que nunca irá se realizar...
Ingrid Raina
"Eu estava pensando sobre ela, sobre mim, sobre nós. Eu percebo que isso foi somente um sonho" (Just a dream - Nelly)