Esse é um espaço que tenho para escrever o que penso, o que sinto. Fazer críticas sobre a sociedade, o mundo que vivemos, as atitudes e julgamentos das pessoas.

É sempre bom ver o que os outros pensam, cada um tem seu ponto de vista, e esse é o meu. Espero que gostem, pois o que faço é com muito carinho.

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Quem conta as histórias?

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Uma pessoa que adora escrever e usa a escrita como um desabafo sobre seus sentimentos e críticas que muitas vezes tem dificuldade de expor em seu dia-a-dia. Estudante de Pedagogia da Universidade de Brasília. (ingridraina.dirgni@gmail.com)

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector

quarta-feira, 30 de março de 2011

Bom demais pra ser verdade... Parte II



-Desculpa, eu estraguei o clima...

-Eu que me adiantei.

Ele falava sorrindo como se eu não tivesse feito algo errado. Ele parecia mais bobo do que eu. Isso me irritava, pois ele era perfeito demais para mim, o que ele queria?

-E então... Qual sua resposta?

-Depois disso, acho que é um sim.

Eu esperava outro beijo, tipo uma comemoração, mas ele fechou a cara. Ou ele não esperava um sim ou se irritou com alguma coisa.

-O que eu fiz? Ain, desculpa. O que foi?

-Nada, você não fez nada. Eu só estava pensando... Temos que manter nosso namoro em segredo.

Sempre existe um “mas” na história...

-Por quê?

-Porque...  Não quero que outras garotas venham em você para inventar histórias.

-Que tipo de histórias?

-Sempre inventam histórias de que eu tô traindo, essas coisas.

-Por mim tudo bem. – Estando com você...

Demorou, mas consegui o que eu queria. Ele veio, todo fofo, e me deu um beijo.

No dia seguinte, fui para escola toda feliz. Estava louca pra vê-lo e contar tudo para as minhas amigas.

Procurei o meu amor e quando eu o encontrei fui dar um oi:

-Oie Felipe!

Ele passou direto! Parecia que nunca tinha falado comigo antes. Meu queixo foi no chão e voltou de tão surpresa que fiquei. Como assim? Ele pede para namorar um dia antes e no outro já não lembra mais nem de mim?

Fiquei ali um tempo, na esperança de o ver voltar ou pelo menos olhar pra trás. Nada. Nem um olhar. Não dei conta daquilo, quase desabei.

Fui para aula de inglês. Talvez ali ele falasse comigo, como nos outros dias. Sentei no lugar de sempre e minha cadeira do lado vazia. E assim permaneceu a aula inteira. Ele não foi à aula. O que esse menino tem na cabeça? Está me evitando agora ou é drama meu?

Intervalo. Nem fui atrás dele, mas era uma missão impossível não esbarrar com aquele anjo. Afinal, ele era popular.

-Ai garota, olha por onde anda.

Eu arregalei os olhos não acreditando da maneira que ele falou comigo.

-Acho que eu sou cega mesmo... Ou talvez seja porque você é um nada.

Falei com cara de nojo, os amigos dele ficaram olhando para a reação dele. Mas novamente ele nada fez.

-Nooossaaa! Olha só quem esbarrou em você amiga!

-Um idiota cego.

Cego por não me ver, cego por esbarrar em mim, cego por não enxergar meus defeitos e ter me beijado.

-E você, burra, responde ele daquele jeito!

Eu burra por ter dito sim, burra por respondê-lo, burra por gostar dele e beijá-lo.

-É, eu sou muito burra mesmo.

O meu dia foi péssimo e quando cheguei em casa foi um alívio. Entrei no meu quarto, troquei minha roupa e fui para o computador. Mais uma má escolha no dia.

Oie minha linda.

¬¬

O que foi?

Você ainda pergunta?

Desculpa por hoje, mas como eu disse, temos que manter em segredo.

E você não pode nem me dar um “oi”? Ou pelo menos falar direito comigo?

É, tenho que mudar isso. Desculpa... Vamos sair amanhã? Shopping, depois da aula...

Claro. Vou adorar.

...
Ingrid Raina



Bom demais pra ser verdade... Parte I




Na vida sempre encontramos um alguém que nos decepcionam ou nos magoam, mas também tem aqueles que nos fazem feliz.

Minha história é simples e óbvia. Tudo começa quando se conhece um garoto e o nome dele era Felipe. Todo início é bom, aquela besteira de pessoinha apaixonada e mimimi.

Ele era um garoto alto, não muito bonito, mas tinha uma beleza interna por ser engraçado, inteligente e romântico (pelo menos nas primeiras semanas), tinha o cabelo negro e os olhos cor de mel. Eu era uma nada perto dele, simplesmente ele era o popular do colégio e eu uma qualquer invisível.

Volta às aulas, curiosidade imensa pra saber minha turma e tal. Minha surpresa, ele na turma de inglês! Foi um sonho. Uma turma pequena, pois nem todo mundo queria fazer inglês, então eu fiquei mais próxima dele do que imaginava e foi maravilhoso.

Engraçado que, quando estamos apaixonados, pensamos que a pessoa também está. E essa era a minha ilusão: eu pensava que ele estava olhando pra mim toda hora, mas claro que não, né, o que ele estava observando em mim? A minha esquisitice? Só pode.

Mas com os dias se passando, eu fui percebendo que realmente ele estava cada vez mais próximo. Pedia ajuda, sentava do lado, perguntava se eu tinha entendido, pedia material emprestado, coisinhas bestas, mas que me deixavam parecendo uma idiota de felicidade.

Então chegou um dia que eu não estava agüentando aquilo. Se ele estivesse afim de mim mesmo, ele viria e falaria, pois pra um garoto como ele era fácil receber um não, assim como era mais fácil ainda ouvir um sim. Decidi me afastar dele, não queria ficar mais iludida do que já estava e me magoar no final.

Mas ele não desistia! Ele queria algo, eu só não sabia o que. Talvez ajuda, pois eu era a expert da turma, ele só queria tirar nota boa no boletim. Talvez queria zoar da minha cara, típico de garotos babacas como ele.

-Oi, Vitória, eu... Queria saber... Se você já tem dupla pro trabalho?

-Não. Se quiser pode fazer comigo...

Eu sei! Eu estou exageradamente apaixonada por ele e simplesmente não sei falar não. Ele aceitou fazer o trabalho comigo, na minha casa. “Eu não quero mais nada com ele, nada, nada, nadinha” era o que dizia na minha mente, mas no coração falava outra coisa.

-Tem namorado, Vi?

Quem ele acha que eu sou? Namorado é coisa pra gente legal e bonita, eu só sou uma nerd. ¬¬

-Não tenho. E você?

Claro que ele ia rir da minha cara e falar que tinha, foi o que eu pensei...

-Solteiríssimo. Você quer um namorado?

Fiquei um pouco surpresa e confesso que a minha vontade foi de falar: só se for você. Mas falei:

-Então, Felipe, acho que estamos aqui para estudar.

-Eu sei, só fiz uma perguntar pra quebrar o clima sério.

Aqueles olhos encantadores e a voz com um tom meio sem graça era irresistível, eu não tinha que ter cortado a conversa. Me senti uma completa idiota.

-Claro que quero um namorado. Toda garota quer, isso não é novidade, nem mistério.

-Que tal eu?

Sim!!!

-Não sei, por que quer namorar comigo?

-Ah, você é inteligente, meiga e bonita... Gosto de você.

Eu já estava abrindo a boca pra falar “deixa eu pensar” e ele me roubou um beijo. Eu, inocente com tudo aquilo, interrompi me afastando. Fiquei olhando para ele com uma cara de vergonha. Por que eu sempre estrago esses momentos?

...
Ingrid Raina

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