Estamos acostumados em ouvir frases como: “Minha vida é horrível”, “Ah, não tem vida pior que a minha”, ou várias outras frases típicas de quem não conseguiu o que queria.
Eu não agüento mais ver gente falando que sua vida é terrível! Olhe para o seu redor e você terá provas que ninguém pode ter tudo, mas que você também não está nas piores condições.
Todos os dias saio de casa e, andando por Taguatinga, vejo várias pessoas de todos os tipos, negras, brancas, senhoras, jovens, mas as que mais destacam são aquelas deficientes, você deve estar se perguntando o porquê. Não por essa pessoa está andando de cadeira de rodas, ou por não ter coordenação, mas sim porque as outras pessoas têm medo delas. Eu me irrito com pessoas idiotas que simplesmente desviam de pessoas assim. Por quê? Qual a razão de fazer isso? Preconceito, medo, idiotice? Tenho certeza que é bem mais fácil ela ter medo de você do que o contrário!
Engraçado, essas pessoas não pediram para serem assim e o que fazemos com elas é uma falta de respeito. Elas não chegaram para Deus e falaram: “Deus arranque minhas pernas”, “Deus faça com que eu sofra um acidente de carro e fique paraplégico”. Nada disso! Eles só estavam no lugar errado, na hora errada. Alguns podem até ter falado no mínimo para Deus acabarem com a vida deles (Uma coisa nada boa, mas que na hora do desespero pedimos sem ter noção do que fazemos) e Deus as livrou disso.
Outro dia estava andando na rua e ouvi uns gritos. Eu estava indo à padaria que tem uma igreja no caminho. Os gritos vinham de uma mulher que estava ajoelhada numa grade da igreja. Todos que passavam por ela desviavam pensando que ela era uma louca. Parei do outro lado da rua e olhei para ver se vinha carros. Às vezes nem julgamos as pessoas, mas como os dias de hoje estão, temos que nos prevenir de tudo e de todos. Ela estava fazendo uma oração. Não passei muito longe dela, pois vi que ela só estava orando. Então ela começou a chorar desesperadamente. Quando já estava mais longe dela, a ouvi dizendo: “Deus, traz de volta meu filho. Pai, eu preciso dele”.
Simplesmente julgamos, “ela é uma doida, fica gritando no meio da rua”. Ela poderia até ser doida, mas se coloca no lugar dela. Ela poderia ser uma pessoa super normal, mas que, depois da morte de seu filho, enlouqueceu. Isso pode deixar qualquer um louco, perder alguém que você tanto ama, alguém que tem o seu sangue, um filho, uma mãe, irmã, família! Não é fácil pra ninguém, nem mesmo para a pior pessoa do mundo, nem mesmo para um assassino que mata tantas pessoas, se alguém próximo morre, qualquer um se sente mal.
A dor de uma perda é muito intensa, mexe com toda a sua mente. A pessoa começa a delirar, pois não acredita que aquilo é real, que realmente está acontecendo e logo com ela. Não é coisa para brincadeiras, não é momento para risos ou julgamentos. É hora de sofrimento. E mesmo que aquela mulher estivesse orando, ela sabia que seu filho não iria voltar, mas pra ela nada disso estava acontecendo.
Enfim, devemos pensar antes de fazermos brincadeiras e julgamentos com outras pessoas, pois nunca sabemos o que está acontecendo na vida dela. Temos que tomar cuidado com nossas palavras, pois se uma pessoa está deprimida, por exemplo, podemos levá-la a cometer suicídio. Resumindo, devemos amar e respeitar, sem preconceitos, o próximo.
"Somos o que pensamos, somos o que fazemos"
"Os defeitos são mais fortes quando o amor é fraco"
Ingrid Raina
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