Esse é um espaço que tenho para escrever o que penso, o que sinto. Fazer críticas sobre a sociedade, o mundo que vivemos, as atitudes e julgamentos das pessoas.

É sempre bom ver o que os outros pensam, cada um tem seu ponto de vista, e esse é o meu. Espero que gostem, pois o que faço é com muito carinho.

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Uma pessoa que adora escrever e usa a escrita como um desabafo sobre seus sentimentos e críticas que muitas vezes tem dificuldade de expor em seu dia-a-dia. Estudante de Pedagogia da Universidade de Brasília. (ingridraina.dirgni@gmail.com)

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Defeito de Fábrica


Já sei! Ela veio com esse defeito de fábrica. A garota que teve seu coração pisado e estraçalhado uma vez, decidiu ficar mais fria daquele dia em diante, prometeu não se entregar facilmente pra garoto algum, criou um escudo desacreditada no amor e não queria mais saber de romantismo.

Até que ela encontra alguém e põe em prática tudo aquilo que prometeu, jurava que era o certo a fazer e que assim ninguém iria acabar com seu coração novamente. O rapaz, muito interessado, começou a paquerá-la e aos poucos foi a conquistando, foi conseguindo escalar aquele muro onde ela se escondia atrás, aos poucos foi a deixando boba e ela o deixando a ganhar, mostrando que não era aquela brutalidade toda, que por trás daquele disfarce havia uma garota meiga e delicada que só tinha medo de se machucar de novo. Então ela confiou nele e se abriu, se permitiu ser ela mesma.

E foi aí que o desastre aconteceu... Ela era o sonho de garoto nenhum, grudava, queria atenção toda hora, sentia saudade demais, arrumava confusão por qualquer besteirinha, reclamava de tudo que ele não fizesse como ela esperava. Com isso, as coisas mudaram, ele começou a ser mais frio, tentava afastá-la, as brigas eram constantes, não conversavam mais, não sorriam tanto um para o outro. Tudo nela foi perdendo a graça pra ele, até perder todo o sentido de estarem juntos.

Se encontraram, ele deu um beijo nela sem sentimento. Ela, inocente e feliz por vê-lo, não conseguiu ver o que estava prestes a acontecer, mas logo a ficha caiu quando ele segurou a mão dela e olhou em seus olhos, um olhar profundo e pensativo, o pior era a indiferença, pois ele já sentia mais nada por ela. “Precisamos conversar”, ele disse e ela enfraqueceu na hora, procurou um lugar para sentar, engoliu o choro tentando ser forte, mas quando olhou novamente nos olhos dele, não resistiu, era dor demais que sentia, não conseguia acreditar que estava perdendo ele.

E teve um fim, a garota estava com seu coração torturado mais uma vez e fez a mesma promessa (que nunca conseguirá cumprir), ficou com mais raiva, viu que ser ela mesma não era o melhor, ela precisava aparentar ser independente, confiante, fria, desapegada, isso é que os homens querem, eles não querem uma garotinha que passe os dias falando sobre um pássaro que viu no céu ou como a lua esta hoje. O melhor era esquecer todas aquelas comédias românticas assistidas, todas essas histórias que ouviu de relacionamentos perfeitos, que existem homens românticos, que o amor não está acabado, ela queria sim encontrar tudo isso pra ela, mas é mais fácil aceitar o fato de que isso não é real e que, como ela é, ela nunca encontrará alguém que a ame como ela quer, que seja paciente, ela só precisa de alguém pra dar atenção pra ela, precisa de uma pessoa ao lado dela pra ouvi-la e conversar, alguém que cuide dela. Ela só precisa de alguém que suporte e aceite todo esse amor sufocante que ela tem a oferecer e nunca pôde dar...

Ingrid Ráina

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